Módulo II - A saga continua


Parte de uma das turmas do módulo II.
Este foi um pouco difícil no começo, por causa da morte recente de meu pai. Nas primeiras aulas, quando tinha que ouvir música e dançar, chorava. Mas, o teatro me deu a oportunidade de fazer o que eu não achei liberdade para fazer quando ele faleceu: chorar, chorar porque estava triste mesmo e não porque o exercício assim pedia.

Mas, lá estavam colegas do primeiro módulo e por conhecê-los já me deixou mais leve para aproveitar os exercícios que estavam por vir. Vieram alguns alunos oriundos de outra turma e alguns saíram das aulas.

Neste módulo continuamos com os exercícios de voz e corpo do módulo anterior, mas agora tínhamos uma missão: montar cenas com base na improvisação.

Por isto, começamos a entender o querer do outro e o nosso querer, pois aí estaria o conflito necessário para o desenrolar da cena. E como era difícil a escuta. Ouvir o ambiente, ouvir o que o outro fala, ouvir a nós mesmos.

Isto foi muito importante no momento de improvisar e principalmente depois, quando já trabalhava com textos. Na hora que dá um branco durante a apresentação em mim ou no companheiro de cena, se estivermos escutando a peça, as palavras e o ambiente fica mais fácil retomar a cena sem deixar vácuo, ou improvisar se o texto correto não vem.

Considero este um dos módulos mais importantes, pois aprendemos a escutar nossas emoções e usar na hora da cena. Manter a emoção até a hora que ela deve ficar em cena.

Também teve um exercício que achei bem interessante, mas bem complicado para quem é fechado em si mesmo como eu: sentar de frente para o colega e contar com cores vivas e sentindo a emoção do passado algo que lhe marcou a vida. Não lembro bem o que eu contei, mas certamente deve ter sido sobre como foi cuidar de meu pai durante a sua doença. O colega ouvinte tinha que detectar se você está se entregando na emoção e se há verdade no que você está falando e sentindo.

O engraçado é que quando o colega se entregava mesmo ao relato, deixando aflorar a sua emoção, esta mesma emoção se acendia na gente que estava ouvindo.  Isto acontece nas cenas verdadeiras quando estamos no palco. É preciso que o companheiro alimente sua emoção para que ela nos toque e a nossa cresça e o toque também. Assim a cena flui de um modo tão natural e bem mais fácil. 

Improvisando com Mary Jane


Como não ouve formação de módulo III no semestre seguinte. Repeti e com muito gosto mais um módulo II. Foi bom. Conheci mais gente boa, algumas caminham comigo pelas coxias e palcos até hoje. Nanny Neves, Claiz, Larissa, Eric Pedra, José Antonio, Fátima, Mary Jane, Mônica, Rita Catarina, Valdeyer, Dhara.

Assim fechei o ano de 2008 e iniciei o de 2009 cada vez mais na certeza de continuar as aulas de teatro. Não sabia se seguiria a carreira. Me achava muito "dura" para

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