Módulo III - Trabalhando texto e cenas


Eu agora era a única sobrevivente daquele módulo I. Todos os meus amigos debandaram, me juntei a outros que vinham de outros módulos iniciais. Neste ano de 2009 encontrei o que posso chamar de minha turma de teatro: Mary Jane Carvalho, Márcia Maria Costa, Rita Catarina. Mas, tinha muito mais gente, mas que com o tempo foram tomando outros rumos, mas que ainda tive o prazer de dividir o palco, como Fátima Barreiros e José Fontes.
O objetivo naquele semestre era trabalhar cenas, já com textos para memorizar. Os exercícios eram mais para aquecimento de voz e expressão corporal. Também foram utilizados alguns para trazer a tona emoções e sustentá-las.

No final do curso apresentaríamos cenas para um público convidado na escola mesmo (isto só fiquei sabendo mais no final do curso. Sabia das cenas, só não sabia que haveria público). Tremedeira nas pernas!

Bom, textos na mão. Era hora de começar a desenvolver minha técnica para decorá-lo. Isto não foi ensinado. Foram dadas algumas dicas, mas cada um iria dar seu jeito para memorizar.

Mas, logo consegui memorizar. A dica de que para decorar nossa fala é preciso saber a fala do outro foi muito verdadeira e desde então decoro logo tudo. Minhas cenas, as cenas que não estou, se der o espetáculo todo. Dito isto, comecei a gravar no celular as falas do meu colega de cena, deixando um espaço para eu dizer meu texto. Deu certo. Percebi que decoro mais rápido se estiver me movimentando... que coisa estranha.

Com isto, ao invés de decorar uma cena, peguei logo duas. Uma personagem era a Zezé, dona de um bordel, que vai ao encontro de uma madame cega da cidade que pede para trabalhar no bordel, pois quer saber as "diferenças" entre os homens. Cena que fiz com Mary Jane e também com Marcia Maria. A segunda cena era com José Fontes (Jotônio), ele como Vadinho e eu como a prostituta Neusa Sueli, de Marcos Plínio.

Foi aí que vi que decorar o texto é a parte mais fácil. O difícil é encontrar a intenção das frases, a emoção presente naquele personagem no desenrolar da peça (sim, a personalidade não muda, mas as emoções... cada cena é um flash!), e escutar o ambiente e o colega de cena.

Quando assisto à gravação das cenas, vejo que eu era (e sou um pouco ainda) muito engessada. Corpo engessado, voz esganiçada, precisava melhorar a dicção bastante e urgentemente. Era desconfortável ouvir minha própria voz. Meus primeiros personagens ainda tinham muito de mim. Os gestos das mãos eram meus e não deles, por exemplo. Não tinha ainda conseguido me entregar totalmente. Depois colocarei alguns vídeos no youtube, só para verem como eu era durona e sem traquejo, rssssssss.



  


Final do módulo III. Diretor Walter, Reni, Dhara, Fátima, Mary, Márcia, Selma, Rita e José (da esquerda para a direita)

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