Salada Completa - 2011 - Comédia



Com Márcia Maria


No ano de 2011, apresentei-me em duas peças. A Casa de Bernarda Alba, como a criada mor Pôncia, e em seguida com um giro de 180º como três personagens cômicos (garçonete, Mariana Cordeiro, a sexóloga e Pretinha do teatro absoluto do nada) em Salada Completa

Fora a experiência no módulo III, quando apresentei no final do curso duas cenas de dois personagens diferentes, não tinha ainda em uma mesma peça representar mais de um.

Ewerton Mattos e Rafael Jacinto
Para esta comédia, iniciamos com alguns colegas do módulo anterior, e ao longo dos ensaios outros foram se juntando a nós, muitos sairam durante o processo. Confesso que achei que não levaríamos ate o final e teríamos de encontrar outro texto para apresentação final do módulo.  Neste módulo finalmente trabalharia com Ewerton Mattos, cujo trabalho já tinha visto e apreciava muito. Aqui também conheci outros colegas que trabalharam comigo em projetos futuros (Viviane Fraga, agora como atriz e não como assistente de direção, Filipe Amoedo, André Carsant, Rafael Jacinto). 

A peça tinha muitos quadros, muitas mudanças de cenários, mais personagens que o número de atores. Mas, tudo se resolveu com a criatividade e visão do nosso diretor, que além de nos dirigir, bolou e montou um dos cenários mais ricos até então construído para nossa turma.

Caramba, como foi difícil fazer surgir a sexóloga Mariana Cordeiro. Logo quando pegamos este texto para ler, fiquei com a personagem de Mariana, na leitura consegui colocar uma voz e intensão muito boa, mas quem disse que eu fixei isto na minha mente? Não havíamos gravado e acabou se perdendo aquilo tudo.
Com Ewerton Mattos e Filipe Amoedo
Ao pegar o papel da Mariana, fiquei quase pirada para resgatar o havíamos feito naquela primeira leitura, mas tudo que saia era uma fala linear e monótona. Um horror! E o estranho é saber que está assim e não conseguir sair disto. Talvez falta de disciplina e dedicação. Afinal, o teatro era um trabalho que não estava me remunerando, e para sobreviver e pagar as contas era preciso trabalhar o dia inteiro no trabalho oficial, batendo o cartão de ponto. Sobrava pouco tempo para pesquisa e experimentação. Só fazia isto nos ensaios...

Ainda tinha as outras duas personagens. Como tinham falas curtinhas, foi mais fácil. Também eram bem caricatas, e não vi muita dificuldade. A garçonete mesmo, o diretor sugeriu que ela ficasse o tempo todo de cena se requebrando, e isto deu um certo impulso às suas falas e atitudes. Mostrando que sim, o movimento físico faz surgir muitas idéias, sensações, emoções e voz para o personagem.

Já Mariana Cordeiro... já estava angustiada, pois todos já estavam com seus personagens azeitados, e ela nada. Só levando bronca e "não está bom".

Fui ao espelho várias vezes para ver se a Mariana Cordeiro aparecia, como Pôncia fez.

Até que Patricia Garrido, me disse para tentar falar como o lobo mau tentando seduzir a Chapeuzinho... aí, coloquei um rouquinho na voz, um meio sussurro e apareceu a mulé. Daí, foi só segurar, manter a voz, e fazer a partitura das falas, sobe, desce, alonga... 
Com Yolly Costa, André Carsant, Filipe e Ewerton

Coisas que percebi que preciso melhorar ao montar Salada Completa: aprender a falar com mais altos e baixos, colocar ponto final nas frases, e projetar melhor a voz, mesmo quando a intenção é de sussurro. Mas, vamos que vamos que a estrada é longa.

Preciso fazer uns cursos específicos de corpo e voz. Aprender a projetar melhor, ter uma dicção mais clara, e encontrar o corpo do personagem desapegando dos meus vícios posturais.

Mas, foi um espetáculo muito bom de fazer e hoje assisto as gravações e consigo rir muito. Meus colegas de cena estavam ótimos também: Ewerton, Mary Jane, Márcia Maria, Viviane Fraga, Filipe Amoedo, André Carsant, Yolly Costa, 



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